Resenha #44 - Zac e Mia

Uma amizade improvável em um ambiente nada convencional. Antes da doença, Zac e Mia jamais seriam amigos. Ela toda popular e ele um adolescente sem grandes ambições. Isso está prestes a mudar quando percebem que sozinhos não conseguirão enfrentar o câncer e suas consequências.

Confiram agora a resenha do livro Zac e Mia e descubra como tudo começou.

Zac é um garoto de 17 anos que não vê a hora de sair do hospital. O mesmo foi diagnosticado com câncer e após uma doação bem sucedida de medula óssea, terminará seu tratamento em casa. Sua mãe o acompanha em toda essa jornada sempre com muito carinho e paciência. Zac gosta de sua companhia, mas sempre dá um jeito de ficar um pouco sozinho.

Tudo estava tranquilo, seguindo a sua rotina de medicação e monitoramento, até que uma nova paciente chega ao quarto número um. Há vozes, discussões e gritos que tiram a concentração de Zac e sua mãe. Minutos depois, os dois e toda a ala são surpreendidos com uma música altíssima da Lady Gaga vinda diretamente do quarto de Mia. 

“Talvez coragem seja isso: atos impulsivos em um momento em que sua cabeça grita não, mas seu corpo vai em frente assim mesmo.”

Nina, a enfermeira que ajudou no tratamento de Zac, conta que ela é muito esquiva. Não quer seguir os procedimentos médicos, não quer ser operada e muito menos começar os ciclos de quimioterapia. Todos a tratam como uma paciente difícil, mas quando Zac fica sozinho escuta Mia chorando por trás das paredes finas de seu quarto, entende que na verdade ela está sofrendo e com muito medo. Como ele não pode sair do seu quarto, a única forma que conseguiu para se comunicar com Mia foi através de batidas na parede. No início pensou que não teria uma resposta, mas a batida do outro lado voltou.

Através do Facebook Zac começou a compreender porque Mia estava sendo consumida pelo ódio. Ela era linda, popular, cheia de amigos e até de pretendentes. As postagens dela eram sempre sobre passeios e visitas a lugares distantes, nunca sobre o hospital ou tratamento. Nenhum de seus amigos sabiam sobre a doença e para ela era melhor que fosse assim.

"Eles dizem que o câncer deixa você mais forte. Não deixa. Bagunça sua cabeça. Cria uma coceira que você não pode coçar e um coração que não para de doer."

Após algum tempo Zac finalmente recebe alta, mas ao chegar em casa não consegue esquecer aquela menina durona, briguenta e de péssimo humor. Aquela menina que o fez esquecer de sua doença por um breve momento e que confiou em um garoto que mal conhecia. Sabia que era forte pra passar por mais essa etapa de restrições e rotinas médicas, mas será que Mia também era?

No auge do seu tratamento, Mia decide que o melhor a fazer é fugir. Sua mãe era jovem e não conseguia convencer a filha de que a atitude que tomou no hospital foi para salvar sua vida. Inconformada e se sentindo anormal, Mia começa a sua viagem de fuga. Com pouco dinheiro, no meio do caminho ela acaba encontrando a fazenda da família de Zac. Ele mal acreditou quando a viu parada do lado de fora de sua janela. Mia só queria dinheiro, mas acaba passando um tempo na casa de Zac.

Nesse período, um começa a cuidar do outro. Zac sempre tentando arrancar um sorriso de Mia, e ela sempre mantendo os pés dele no chão. Um precisa do outro para vencer a doença, mas juntos vão descobrir que a amizade verdadeira está muito além das dificuldades e aparências.

"Mia tem essa capacidade de me manter no surpreendente e brilhante presente. Exatamente onde eu devo estar."

Zac e Mia é um livro leve que conseguiu colocar uma doença tão terrível de maneira sensível e apaixonante. Quando soube que se tratava de câncer, confesso que fiquei com medo de seguir com a leitura, devido outras histórias que já conhecemos. Mas com certeza não é clichê. Trata-se de amizade, compreensão e companheirismo.


Zac é carinhoso, gentil e aparentemente muito forte quando se trata da doença. É um jovem que não desistiu de lutar logo no primeiro diagnóstico e resolveu enfrentar todas essas barreiras com bom humor. Sua família está sempre por perto para animá-lo e encorajá-lo. O tempo que passou internado aprendeu muito sobre estatísticas e curiosidades sobre a morte através do câncer, sem ficar paranoico por isso. Era mais uma maneira de passar o tempo. Seus amigos conversavam com ele via Facebook e até o apelidaram de Helga, por um motivo que vocês vão descobrir logo nas primeiras páginas.

Mia é o oposto. Jovem e bonita, seu objetivo era ser sempre popular, com amigos populares e até mesmo um namorado no mesmo nível. Quando foi diagnosticada, preferiu se esconder atrás de mentiras. Nem mesmo suas amigas sabiam da doença. Para Mia, se eles soubessem desistiriam da amizade. Para a idade dela, era compreensível que a raiva surgisse, principalmente pela perda de cabelo e marcas de cirurgia. No começo dá a impressão que ela é insuportável, mas logo mudei essa visão. Não tinha amigos verdadeiros para compartilhar suas aflições, até que Zac surgiu em sua vida.


E são essas diferenças que fazem a história fluir perfeitamente, além de tornar a leitura bem agradável. É aquele tipo de livro que você torce demais por um final feliz e se sente desesperado quando as coisas fogem um pouco dessa conclusão. 
Zac e Mia é a minha recomendação para quem gosta de histórias de amizade, coragem e família. Leitura que vale a pena!


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Ótima leitura!