Após viver como prisioneiro nos
campos de Concentrações Nazistas, Primo Levi nos conta
nesse emocionante livro de memórias todas as experiências dessa terrível guerra,
desde o início da apreensão até a sua luta pela sobrevivência.
Confira
agora porque até hoje somos levados a fazer a mesma pergunta que Levi fez
naquela época: É isto realmente um homem?
Aos 24 anos, Levi perdeu tudo o que tinha: sua família, seu emprego, sua
casa, seus amigos e sua dignidade. Tornou-se prisioneiro dos nazistas em meio a
Segunda Guerra Mundial, e acabou sendo
obrigado a trabalha como escravo e em condições sub-humanas em um dos campos de
Auschwitz.
Todos os homens “suspeitos” foram
colocados em vagões de trens e levados até o local onde passariam pela maior
provação de suas vidas.
Levi comparou o
Campo como a Torre de Babel. Muitas pessoas não se entendiam. Muitas
nacionalidades e idiomas tornaram a situação difícil, pois uma única palavra
não entendida se transformava em agressões por parte dos sargentos alemães do Kommando.
Aqueles homens só descobriram que
suas vidas estavam perdidas quando foram tratados com maldade e humilhação
assim que pisaram no Campo. Até mesmo os seus nomes foram substituídos por
números, que eram tatuados em seus corpos. Foram maltratados e desprezados, e
muitas vezes deixados com fome e frio.
“Esta será, então, a nossa vida. Cada dia, conforme o ritmo fixado, Ausrücken e Einrücken, sair e voltar; trabalhar, dormir e comer; adoecer, sarar ou morrer.”
Levi sabia que
era preciso aceitar a sua nova vida daquele momento em diante. A luta diária
era a de permanecer vivo e tentar guardar comida e trapos que dessem um pouco
de conforto aos seus pés. O Campo
tinha suas regras e com o tempo ele aprendeu a manobra-las. Sempre conseguia um
pouco mais de sopa quando negociava partes de sua ração de pão ou algum objeto
novo como uma colher e uma faca. Mesmo com a precariedade do local, saber um
pouco de negociação era essencial. Afinal o pão era a moeda local e poderia
valer muito.
Os sonhos eram uma tortura. Sonhar
com seus familiares nos tempos de liberdade. Era triste e angustiante sonhar
com uma vida que jamais teriam. Muitos tentavam não sonhar, mas eram tão fracos
e cansados que não havia como permanecerem acordados.
“A sua vida é curta, mas seu número é imenso; são eles, os “muçulmanos”, os submersos, são eles a força do Campo: a multidão anônima', continuamente renovada e sempre igual, dos não-homens que marcham e se esforçam em silêncio; já se apagou neles a centelha divina, já estão tão vazios, que nem podem realmente sofrer.”
O que impressiona em suas memórias é
que as mesmas não foram descritas com ódio, e sim como um aprendizado e
superação. Algumas foram esquecidas devido ao grau de sofrimento vivido, mas as
colocadas no livro foram das próprias experiências naquele lugar horrendo. Por
isso que o autor questiona por diversas vezes se todas aquelas pessoas podem
mesmo serem homens. Tanto os nazistas como os prisioneiros. Será que toda essa
condição os tornavam realmente homens? Que homem digno aguentaria ser humilhado
e maltratado daquela forma? E que homem poderia sentir prazer ao maltratar?
Levi também nos dá uma descrição de
todos os espaços, organizações, regras e trabalhos do Campo. Também nos mostra
como era possível se livrar das atividades se desse muita sorte. Quando
conseguia ir para a enfermaria era o paraíso. Quando conseguiam sair vivos de
lá era um milagre. Relatou também como eram suas noites juntamente com as
rotinas rígidas do dia. Como dividiam suas camas e se aqueciam no extremo frio.
E como tentavam não pensarem nos Campos de Extermínio.
“Cedo ou tarde, na vida, cada um de nós se dá conta de que a felicidade completa é irrealizável; poucos, porém, atentam para a reflexão oposta: que também é irrealizável a infelicidade completa.”
Foi uma grande jornada até a
liberdade. Uma liberdade conquistada com grande tristeza e pesar. Não foi feliz
como deveria ser. Houve muitas mortes, doenças e foram poucos que aguentaram
até a chegada dos russos. O preço foi maior do que a alegria que esperaram por
anos.
A liberdade de Levi e seu tempo em Auschwitz
é uma grande lição de vida, tornando a leitura obrigatória. Por isso, dê chance
a esse grande clássico e questione como andam os níveis de humanidade nos
homens hoje em dia. Será que estão iguais ou diferentes?
Para saber mais sobre o livro e
autor, acesse o Skoob clicando aqui.
Oi, Ju. Tudo bem?
ResponderExcluirEstórias que se passam na guerra sempre me cativam. Eu até então não sabia da existência deste livro, mas quando li a sinopse e quando terminei sua resenha, já adicionei em minha lista de desejados, tendo a certeza de que irei gostar muito. A história de vida de Levi parece ser linda e de uma grande exemplo, nos fazendo questionar sobre várias ações do homem. Incrível!
Bjs!
Oi Ju,
ResponderExcluirTenho uma queda por livros que se passam na Segunda Guerra. Só achei diferente a forma como o Levi retrata suas memórias como aprendizado, isso me deixou com ainda mais vontade de ler esse livro.
Beijocas ^^
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSou fascinada por clássicos da literatura. *--* Como eu amo História, creio que esse livro seja perfeito para mim.
ResponderExcluirSempre me interessei em temas como Primeira e Segunda Guerra Mundial. Sendo assim, eu estou louca para conhecer a obra "É Isto Um Homem?".
Que a oportunidade de eu adquirir esse livro, chegue LOGOO!!!
Ju!
ResponderExcluirÉ por isso que gosto de livros e filmes que falam sobre essa época...nós não a vivemos, não temos nem noção do que os judeus passaram na mão dos nazistas e ainda assim, os sobreviventes falam de tudo como um aprendizado.
Precisamos aprender com eles e agradecer, apesar de tudo, por vivermos em uma época onde não acontece tais atrocidades.
“Não ganhe o mundo e perca sua alma; sabedoria é melhor que prata e ouro.” (Bob Marley)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Histórias na guerra sempre me chamam muita a atenção,a história de Levi parece ser cativante
ResponderExcluirLivros que se passam durante a guerra sempre chamaram a minha atenção, e com esse não foi diferente. Acho que o fato do autor ter vivido tudo isso, coloca outro peso e dimensão na história. Tenho a certeza que nesse livro Levi nos faz questionar e refletir várias coisas. Gostei muito da resenha (e dos quotes que você colocou no outro post) e com certeza irei ler.
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